sexta-feira, 27 de junho de 2014

Mais um desabafo

É incrível como uma interpretaçao errada pode causar tanto furor ao redor de algo que nem existe.
Geeeente, liberdade de expressao!!! Tem gente que nao sabe o que isso quer dizer. 

Hoje na aula, uma criatura chamou o coleguinha de inconveniente, o que seria normal se ela soubesse o significado de inconveniente.

Acho que é isso o que acontece com alguns seres desse planeta, eles simplesmente usam o conhecimento que julgam ter da forma mais errada possível.
Poxa, eu nao posso pagar pela ignorancia alheia nao. 
Eu tenho o costume de falar, eu falo e falo muito, mas com a consciencia de que a minha liberdade termina onde começa a do outro.

E é isso aí!


P.S.: Esse já tem um tempinho. Eu quis evitar mais confusão e interpretação, mas quer saber? Não tô nem aí mais não!! 
Os incomodados que se mudem, eu tô aqui é para confundir mesmo!!

terça-feira, 24 de junho de 2014

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Macaé

Clarice Falcão

Se eu tiver coragem de dizer que eu meio gosto de você
Você vai fugir a pé?
E se eu falar que você é tudo que eu sempre quis pra ser feliz
Você vai pro lado oposto ao que eu estiver?


Eu queria tanto que você não fugisse de mim
Mas se fosse eu, eu fugia

Ei, vai pegar mal se eu contar que eu imprimi
Todo o seu mapa astral?

Você foge assim que der, quando souber?
E se eu falar que eu decorei seu RG só pra se precisar
Você vai pra um chalé em Macaé

Eu queria tanto que você não fugisse de mim
Mas se fosse eu, eu fugia


Ei, se eu falar que foi por amor
Que eu invadi o seu computador
Você pega um avião?
E se eu contar de uma só vez
Como eu achei sua senha do cartão
Você foge pro Japão, esse verão?

Eu queria tanto que você não fugisse de mim
Mas se fosse eu, eu fugia


Ei, se eu contar como é que eu me senti
Ao grampear seu celular
Você vai numa DP?
E se eu mostrar o cianureto que eu comprei
Pra gente se matar
Você manda me prender no amanhecer?

Eu queria tanto que você não fugisse de mim
Mas se fosse eu, eu fugia



P.S.: Só porque essa música faz tannnnto sentido..

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Facultativo

Estatuto dos Funcionários, artigo 240: “O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor Público” (com maiúsculas).
Então é feriado, raciocina o escriturário, que, justamente, tem um “problema” na pauta para essas emergências. Não, responde-lhe o governo, que tem o programa de trabalhar; é consagrado, mas não 
é feriado.
É, não é, e o dia se passou na dureza, sem ponto facultativo. 
Saberão os groenlandeses o que seja ponto facultativo? (Os brasileiros sabem). É descanso obrigatório, no duro. 
João Brandão, o de alma virginal, não entendia assim, e lá um dia em que o Departamento Meteorológico anunciava: “céu azul, praia, ponto facultativo”, não lhe apetecendo a casa nem as atividades lúdicas, deliberou usar de sua “faculdade” de assinar o ponto no Instituto Nacional da Goiaba, que, como é do domínio público, estuda as causas da inexistência dessa matéria-prima na composição das goiabadas.
Hoje deve haver menos gente por lá, conjeturou; ótimo, porque assim trabalho à vontade. Nossas repartições atingiram a tal grau de dinamismo e fragor, que chega a ser desejável o não comparecimento de 90 por cento dos funcionários, para que os restantes possam, na calma, produzir um bocadinho. 
E o inocente João via no ponto facultativo essa virtude de afastar os menos diligentes, ou os mais futebolísticos, que cediam lugar à turma dos “caxias”.Encontrou cerradas as grandes portas de bronze, ouro e pórfiro, e nenhum sinal de vida nos arredores. Nenhum – a não ser aquele gato que se lambia à sombra de um tinhorão. Era, pela naturalidade da pose, dono do jardim que orna a fachada do Instituto, mas – sentia-se pela ágata dos olhos – não possuía as chaves do prédio.
João Brandão tentou forçar as portas, mas as portas mantiveram-se surdas e nada facultativas. Correu a telefonar de uma confeitaria para uma residência do chefe, mas o chefe pescava em Mangaratiba, jogava pingue-pongue em Correias, estudava holandês com uma nativa, na Barra da Tijuca, o certo é que o telefone não respondeu. João decidiu-se a penetrar no edifício galgando-lhe a fachada e utilizando vidraça que os serventes sempre deixam aberta, na previsão de casos como esse, talvez. E começava a fazê-lo, com a teimosia calma dos Brandões, quando um vigia brotou na grama e 
puxou-o pela perna.
- Desce daí, moço. Então não está vendo que é dia de descansar? 
- Perdão, é dia em que se pode ou não descansar, e eu estou com o expediente atrasado. 
- Desce – repetiu o outro com tédio. – Olha que te encanam se você começa a virar macaco pela parede acima.
- Mas, e o senhor por que então está vigiando, se é dia de descanso? 
- Estou aqui porque a patroa me escaramuçou, dizendo que não quer vagabundo em casa. Não tenho para onde ir, tá bem?
João Brandão aquiesceu, porque o outro, pelo tom de voz, parecia disposto a tudo, inclusive a trabalhar de braço, a fim de impedir que ele trabalhasse de pena. Era como se o vigia dissesse: 
“Veja bem, está estragando meu dia. Então não sabe o que quer dizer facultativo?” João pensava saber, mas nesse momento teve intuição de que o verdadeiro sentido das palavras não está no dicionário; está na vida, no uso que delas fazemos. Pensou na Constituição e nos milhares de leis que declaram obrigatórias milhares de coisas, e essas coisas, na prática, são facultativas ou inexistentes. Retirou-se, digno, e foi decifrar palavras cruzadas.
 
Carlos Drummond de Andrade

O que não se pode explicar aos normais

Banda Catedral   Sobre o amor e o desamor, sobre a paixão Sobre ficar, sobre desejar, como saber te amar? Sobre querer, sobre entender, sem ...